terça-feira, 23 de dezembro de 2008

JUÍZO

Juízo acompanha a trajetória de jovens com menos de 18 anos de idade diante da lei. Meninas e meninos pobres entre o instante da prisão e o do julgamento por roubo, tráfico, homicídio.

Como a identificação de jovens infratores é vedada por lei, no filme eles são representados por jovens não-infratores que vivem em condições sociais similares.

Todos os demais personagens de Juízo - juízes, promotores, defensores, agentes do DEGASE, familiares - são pessoas reais filmadas durante as audiências na II Vara da Justiça do Rio de Janeiro e durante visitas ao Instituto Padre Severino, local de reclusão dos menores infratores.

Juízo atravessa os mesmos corredores sem saída e as mesmas pilhas de processos vistas no filme anterior de Maria Augusta Ramos, o premiado Justiça. Conduz o espectador ao instante do julgamento para desmontar os juízos fáceis sobre a questão dos menores infratores. Quem sabe o quê fazer?

As cenas finais de Juízo revelam as conseqüências de uma sociedade que recomenda "juízo" a seus filhos, mas não o pratica.


Maria Augusta Ramos, diretora do filme:

"Há imagens que não esquecemos, que ficam conosco para sempre. A primeira vez que assisti às audiências na II Vara da Infância e da Juventude, os rostos dos menores ficaram na minha mente durante dias. Quando decidi fazer JUÍZO, me vi diante de um desafio: como fazer o filme sem mostrar seus rostos? A solução foi substituir os menores em questão por jovens que vivem em circunstâncias similares de risco social, e que poderiam eles mesmos estar naquela situação. Estes jovens compartilham o mesmo conflito e agonia dos menores que eles estão representando. A veracidade do filme resulta disso. Eles não atuam, eles são eles mesmos. Suas personalidades são fundamentais no filme."

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